segunda-feira, 7 de julho de 2014

Bom, bonito e com custo acessível.

Quando comecei a trabalhar com produção audiovisual há 17 anos no interior de Minas Gerais tudo era muito, mas muito difícil! O acesso aos equipamentos mais sofisticados era impossível e a criatividade era a regra. Tínhamos que fazer muito como pouco que estava a nossa disposição e assim foi a minha formação, sempre buscando soluções que fosse economicamente viáveis e que dessem o resultado esperado.

Quem trabalha comigo sabe bem do que estou falando. Meu cinema não tem "frescuras" e principalmente gosto de experimentar coisas novas. Foi assim quando tive o meu primeiro contato com as DSLR. Logo quis me informar sobre os benefícios que o equipamento teria e para isso liguei para uma grande empresa do ramo. O experiente técnico que me atendeu disse o seguinte: "É uma máquina fotográfica e ponto. Fazer vídeos é apenas um 'acessório' que colocaram nela. Nada mais.". Coitado dele... Graças a Deus não dei ouvidos a ele e sim aos meus instintos e principalmente aos resultados que a cada dia apareciam pela rede.

E na última semana resolvi experimentar uma coisa que não é novidade no mercado, mas que eu ainda não havia experimentado em sua totalidade: a luz de led. Explico. Até então nunca havia feito uma produção com cenas de dramaturgia em que todas as fontes de luzes fossem de led. Para isso eu fui até a fábrica da Painel, empresa mineira que atua no ramos de produtos estúdios fotográficos. Para acessar o site e conhecer os equipamentos clique aqui




Minha intenção era gravar uma cena simples de dramaturgia e algumas entrevistas para um documentário e para isso resolvi voltar as origens e simplificar a fotografia para que eu pudesse extrair o máximo dos equipamentos e da minha criatividade.

Então peguei 3 refletores de apenas 20 watts cada. Eles tem uma temperatura de cor de aproximadamente 6500k, ângulo de abertura de aproximadamente 120 graus e além disso são leves, fáceis de manusear e bivolts. 




Apesar dos refletores não terem um encaixe apropriado para colocar filtros ou bandoors para controlar um pouco seu ângulo de abertura, o resultado foi extremamente satisfatório.  A imagem abaixo é um still sem nenhum tratamento, feito com uma lente Sigma 24-70 2.8 em uma Canon 7D.



Enfim, acredito que um kit com três refletores de 20w e outros dois de 50w seja o ideal para documentaristas e curtametragistas com produções de pequeno e até mesmo de médio porte, principalmente pela facilidade de uso, transporte, baixo consumo a um custo muito mais acessível do que você imagina. Acesse o link da Painel para saber mais.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

COMO SERÁ A TELEVISÃO EM 2025 DE ACORDO COM O NETFLIX




Há alguns dias, um artigo no site da revista Wired publicou uma interessante entrevista com Neil Hunt, executivo da NETFLIX, sobre como a empresa vê o mercado de televisão daqui a 10 anos. A verdade é que hoje gastamos muito tempo navegando através de listas intermináveis de canais em nossos televisores que nem sempre são do nosso interesse. Mas de acordo com Hunt, a NETFLIX vai saber exatamente o que você quer assistir, mesmo antes de você. Parece assustador, não? Mas não é nada demais se comparado ao que o Google faz com nosso cotidiano nos dias atuais. 

E está é apenas uma das muitas previsões para o entretenimento audiovisual que Neil Hunt fez, e vindo do NETFLIX, ninguém ficaria surpreso se tudo o que ele disse vir a ser concretizado mesmo antes de 2025. Afinal, se há uma empresa que sabe sobre como alterar a nossa forma de assistir programas de TV, séries e filmes, é NETFLIX. Desde suas origens humildes como uma locadora de DVD pelo correio por volta de 1997 até chegar em seu status atual como uma potência de streaming de vídeo, a NETFLIX já derrubou muitos conceitos mais de uma vez.

Enquanto os gigantes da internet como AMAZON, YAHOO e GOOGLE patinam em suas estratégias para concorrer com o NETFLIX, a empresa de videos sob demanda coloca uma pluga atrás das orelhas das emissoras tradicionais que não sabem mais o que fazer para proteger o seu velho modelo de negócios. Hunt tem uma visão clara de como a guerra por nossa atenção vai acontecer nos próximos 10 anos e ele contou à WIRED como será. Aqui estão algumas de suas previsões:

O canal certo para cada um!

As pessoas tradicionalmente assistem aos canais que estão mais alinhados com seus interesses. Gosta de notícia? Então a CNN pode ser o canal para você. Se é a programação infantil que você quer, Nickelodeon pode ser a resposta. Mas no entanto, nenhum desses canais consegue agradar 100 por cento de suas audiências já que apesar de gostarem de um determinado gênero, eles têm hábitos diferentes. Uns gostam de notícias sobre economia, outros sobre entretenimento; há quem goste de desenhos no estilo anime e outros que gostem de bichinhos delicados.

De acordo com Hunt, isso vai mudar com a chegada da TV integrada à internet. Ele afirma em sua entrevista para a WIRED que a Netflix está agora trabalhando para aperfeiçoar sua tecnologia de personalização ao ponto onde os usuários não terão que escolher o que querem assistir. Em vez disso, o mecanismo de recomendação será tão afinado que ele vai mostrar aos usuários "sugestões que se encaixam perfeitamente o que quer assistir agora." 

"Acho que essa visão é possível", disse Hunt. "Percorremos um longo caminho em direção a ele, e agora que estamos próximos temos outros desafios a superar". Ele ainda disse que a empresa agora está dedicando tanto tempo e energia para a construção da tecnologia de personalização de conteúdo quanto colocou em construir a infra-estrutura para entregar esse conteúdo em primeiro lugar.

Liberdade criativa!

Mas você pode estar pensando como essa personalização de conteúdo se dará dentro de um gigantesco catálogo como o do Netflix. Hunt pensa assim: "Há muitos shows com pequenas, mas dedicadas audiências. E com o motor de personalização do Netflix tornando-se mais esperto e inteligente, será mais fácil para as pequenas audiências descobrirem novos conteúdos que antes se perdiam em meio a tantos outros. Isso vai dar aos cineastas e atores, tanto os profissionais consagrados quanto os independentes, mais liberdade criativa, já que eles vão finalmente ter um canal de distribuição que irá tolerar pequenas audiências, altamente individualizados.”

E ele continua: “TV integrada à Internet pode se dar ao luxo de levar esses pequenos shows", acrescentando que esta abordagem já permitiu visibilidade a centenas que produtos que não teriam espaço em televisão tradicional. The Square, um documentário sobre as revoltas árabes na Praça Tahrir, é um exemplo. 

TV integrada à Internet também dá aos produtores liberdade frente aos formatos tradicionais. Hunt disse que “Na internet, um episódio de televisão pode ser tão longo ou tão curto quanto você quiser, e o espcetador não tem que esperar até a próxima semana para ver um novo episódio porque pode ir direito para o próximo, como se fosse um grande filme". 

Pode ser que no início o público tenha um pouco de dificuldade porque já está acostumado com os formatos tradicionais de TV e eventualmente pode até mesmo não econhecer-los como “programas de TV”. A realidade é que as estórias que assistimos hoje serão diferentes das estórias que serão assistidas em 2025. As formas de visualização e interação vão ialterar nosso cotidiano.

O comercial finalmente vai morrer?

É bem verdade que a Netflix já provou que é possível construir um grande negócio de televisão sem anunciantes. Assinaturas mensais a baixo custo parecem ser o caminho. Isso significa que a proliferação de TVs pela internet pode ser o último prego no caixão da publicidae tradicional já que isso mudará toda a economia da indústria da publicidade ao longo da próxima década. Os canais tradicionais, agências de publicidade e anunciantes terão que se reinventar e rápido! Hunt explicou que "O modelo livre de anúncios parece ser muito popular entre os consumidores". E completou "Temos que imaginar que os anunciantes terão que encontrar um lugar diferente para anunciar seus produtos em 2025." 

Mas há outra possibilidade. Segundo Hunt, a mesma tecnologia que fornece conteúdo personalizado para os telespectadores também poderia ajudar os provedores de serviço de TV por internet a selecionar anúncios. "Isso significa que os espectadores veriam menos anúncios e anunciantes iriam começar a chegar a um público mais relevante”. 

Esportes ao vivo no Netflix? Talvez... 

Ok... Isso pode não ter sido uma das previsões de Hunt, por si só, mas quando perguntado se poderíamos ver transmissões esportivas ao vivo no NETFLIX no futuro, Hunt disse que deveríamos "ficar atentos..." 

Ele observou que trazer esportes ao vivo para a plataforma iria mudar a economia da empresa. "Não é uma área onde a Netflix tem a vantagem sobre os outros canais." Afirmou o executivo. Mas ele também disse que, como o Netflix tem um perfil inovador, há sempre espaço para novas possibilidades. Tal desenvolvimento seria um golpe ainda mais profundo para a indústria televisiva tradicional, já que a transmissão de esportes ao vivo são uma grande razão para as pessoas não cortarem o cordão umbilical televisivo. 

Todos terão uma Smart TV! 

Hunt disse que em 2014 cerca de 100 milhões de TV conectadas à internet serão vendidos no mundo. E cerca de uma em cada três casas para onde estes aparelhos irão contam com serviço de internet banda larga. E até o ano de 2025, ele acredita que estes erá o padrão e todo mundo vai possuir uma TV inteligente. 

Isso significa que a corrida é já começou e a batalha é enorme! Irá incluir corporações fortes, com as emissoras de TV aberta, as de telefonia, as companhias de cabo, provedores de internet e outros gigantes da tecnologia como Google e Apple, bem como fabricantes de televisores, como Sony e Samsung. Isso deve inaugurar uma era de ouro da inovação no espaço de TV inteligente. Imaginem concorrentes poderosos disputando sua atenção! A popularização de softwares e aplicativos capazes de promover interação entre pessoas e conteúdos e gadgets capazes de transmití-los das mais diversas formas, darão aos realizadores inúmeras oportunidades. No final quem, vai ganhar somos nós consumidores que teremos equipamentos mais baratos e uma oferta de conteúdos mais interessantes. Que venha 2025! 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

ARTIGO - SERES CÍBRIDOS E AS WEBSÉRIES: TENDÊNCIAS E POSSIBILIDADES DE MERCADO PARA O AUDIOVISUAL NA INTERNET


A internet está definitivamente integrada no nosso dia-a-adia. O que você talvez não saiba é que quanto mais consumimos serviços e produtos na rede, tornamo-nos “seres cíbridos”... Isso mesmo! C-I-B-R-I-D-O-S. Mas afinal, o que iss tem haver com as webséries? Bem, eu explico. A expressão “Cíbridos” foi cunhada pela junção dos termos “Cyber” e “Híbrido” e que foi primeiramente utilizada pelo arquiteto Peter Anders, buscando compreender a extensão da nossa consciência. Para ele, através do cibridismo podemos habitar dois mundos simultaneamente. E é exatamente isso que vivemos hoje, afinal, nos dias atuais, podemos dizer que nosso corpo biológico está completamente "integrado" nas plataformas digitais, misturando as vidas “on” e “off line. E é exatamente aí que entram as webséries.

Apesar da vida “off-line” ainda ser muito presente nos hábitos dos nossos espectadores, de acrodo como IBOPE cerca de 65% assistem TV diariamente e 97% de cobertura no território nacional, sem dúvida há um mercado gigantesco a ser conquistado pelos realizadores de vídeos para internet. O desafio aqui é entender que a TV não irá acabar. Ou melhor, o que não vai acabar é o hábito de sentar à frente um aparelho televisor e assistir a conteúdos audiovisuais. O que vai mudar na verdade é que a velha caixa mágica irá adaptar-se e abrir espaço para os produtores independentes exibirem seus produtos no conforto das salas dos agora chamados “webespectadores”, abrindo franca concorrência com os conteúdos veiculados pela TV Aberta e mais, cruzauma longa e sinuosa ponte levando um conteúdo “on-line” para um hábito de consumo “off-line”, integrando-se definitivamente na vida de todos. Este é o ponto.
Para ajudar os prodtores independentes a tabalhar melhor este cenário, o portal Webseriados.com realizou uma pesquisa com seus consumidores para entender como funcionam seus hábitos e comportamentos e descobriu importantes informações sobre este novo mercado.
Decobriu-se que o formato websérie está bem difundido entre os internautas e 92% dos entrevistados declarou que conhece ou já viu alguma e destes, 68% são homens, sendo que 76% se concentra na região sudeste do país e dentre eles, 28% (a maioria) tem entre 26 e 30 anos. Do total de entrevistados, 77% assiste a vídeos pela internet ao menos uma vez por dia e 42% já utiliza algum tipo de serviço pago de video sob demanda como o netflix.
Sobre o que preferem assistir na rede, 23% revelou que gosta de séries, 21% filmes, 14% músicas, 11% vídeos amadores ou caseiros, 10% documentário, 8% preferem videos de jornalismo e outros 8% preferem videos de entretenimento como os veiculados na aberta.
Já quando questionados sobre os gêneros preferidos, houve uma relativa aproximação entre os números, ficando na frente a comédia com 18% e o drama, a ação e o suspense com 16% cada um, mostrando toda a pluraridade da rede quando se trata de nichos de mercado. A preferência por vídeos longos também se mostrou um forte tendência sendo que 40% assistem videos com 8 minutos ou mais e apenas 5 % preferem vídeos com até 3 minutos.
Sobre como o webespectador gosta de consumir os vídeos, 51% assiste pelos dispositivos tradicionais como o notebook e o desktop contra 34% que prefere os dispositivos móveis como o smartphone e o tablet. Já a TV conectada representa apenas 14% da preferência. Mas este último número tende a melhorar bastente nos próximos anos. Fato comprovado pelas apostas das indústrias de eletrônicos que cada vez mais aprimoram formato TV conectada, trabalhando duro para melhorar a navegabilidade em seus aparelhos, um dos principais pontos de rejeição. Além disso, 60% prefere assistir a noite e 66% em casa, sendo que 13% assistem em horário de trabalho e 10% em atividades cotidianas. Aqui cabe uma pequena reflexão. Estes números mostram que há uma forte tendência dos consumidores em trocar a programação da TV, seja ela aberta ou fechada, pelo conteúdo que é distribuído pela internet bem no chamado “horário nobre da televisão” que compreende a faixa noturna da grade de programação.
Já em termos de comercialização o horizonte de quem pretende viver apenas dos vídeos para internet parce ainda um pouco distante do ideal. Não há no mercado um formato de monetização estabelecido e que seja vantajoso para quem cria e produz as séries. Dos entrevistados, 87% preferem assistir através das redes sociais como Youtube e Facebook. Há também uma grande rejeição com relação às propagandas veiculadas no início dos vídeos. 35% disse que nunca clica nas propagandas, 63% disse que raramente clica e apenas 2% disse se interessar por estes anúncios. Mesmo assim o formato de propaganda em video é o preferido sendo escolhido por 47% dos entrevistas quando comparado com os banners tradicionais ou os famosos “Pop-ups”. Por fim 49% preferir que seja colocado o anúncio no início do vídeo sendo os tempos máximos de duração mais citados: 7, 10 e 15 segundos.
Ainda na mesma pesquisa, os entrevistados tiveram a oportunidade de se expressar livremente sobre o que eles pensam sobre o formato webséries e as respostas foram sempre positivas, como estas que separamos por representar a maioria delas. “É uma excelente mídia, principalmente pela interação que gera”. “Excelente proposta! Eu particularmente 'quase nunca' assisto a programação da tv aberta, migrei para o conteúdo online a muito tempo”. “Me interessa muito, acho que o grande diferencial do formato é que permite a interação, uma vez que depende do público espectador para ter aprovação e ser difundido pelas redes sociais ou conseguir os recursos para a continuidade da produção muitas vezes”. “As webséries são produções 'customizadas' e as pessoas agora têm a direito de escolher o que quer e o que é bom para assistir”.
Em meio a este cenário, é preciso levar em consideração algumas tendências que a mobilidade conectada está tornando realidade em nossas vidas antes de pensamros em projetos audiovisuais voltados para internet. O importante é evidenciar que não estamos mais lidando com o comportamento antigo do público que antes ficava apenas passivo diante da TV e o único poder que tinha em mãos era o do controle remoto. Hoje, além do poder de silmplesmente trocar de canal o webespectador pode compartilhar suas impressões e influenciar um sem número de outras pessoas. Então preste atenção neste pontos:
  • Entendamos aqui que o termo internet é o meio onde estes produtos são transmitidos, sendo eles veiculados em todo e qualquer dispositivo que tenha conexão com a web, seja ele um smartphone, uma smartTV, ou uma geladeira;
  • A capacidade de tudo acontecer em tempo real, com atualizações instantâneas de tudo, sobre todos e a qualquer momento, tornando a internet uma fonte quase inesgotável de qualquer conhecimento e a opção número um quando precisamos de qualquer coisa. O problema aqui é a credibilidade e qualidade das informações;
  • A virtualização do real através de acessórios que nos vestem como o Google Glass, que projeta em nosso mundo real todo o universo antes restrito aos nossos dispositivos;
  • O Transmidia Transitions. O termo pode parecer redundância mas define bem que não é somente a diversidade de plataformas que determinado conteúdo tem mas sim a capacidade dele "socializar-se" entre os usuários através destas plataformas.
Em suma, vivemos o ápice da união entre o mundo on-line e off-line que resultou, de acordo com a pesquisadora Martha Gabriel, no mundo “ONE-line”. Para ela, não somos mais apenas um corpo biológico, mas estamos distribuídos em várias plataformas digitais fragmentadas. E para nós realizadores audiovisuais inseridos neste universo, resta-nos pensar nossos produtos em torno de seis palavras:
  • Conexão;
  • Participação;
  • Personalização;
  • Disponibilidade;
  • Velocidade;
  • Fragmentação;
E lembre-se! Não adianta “empurar um novo hábito” para os consumidores. O segredo é levar um formato novo embalado em um hábito antigo! Pense nisso...